"O ditador em nada acredita e acredita no nada. A existência parece-lhe inconcebível quando se dispõe a isso. O vácuo é possível, não custa imaginar o nada, porque não se pode imaginar, porque imaginar implica conceber e conceber implica existir. O ditador acredita no nada elevado à sua máxima potência, a inexistência do nada."
Depois do ler isto o ditador riu-se desdenhosamente, que direito tinha aquele gajo de considerar fosse o que fosse sobre as suas crenças, decidiu dar-lhe um tronozinho simpático tipo o Perú para lhe agradecer a divulgação da obra nacional e depois explodir com o sítio. Fechou o livro, atirou-o pela janela, para o auto-de-fé que ardia no pátio e apagou a luz. Pegou na garrafa de vodka e bebeu até adormecer.
Sem comentários:
Enviar um comentário