Os Chinelos do Ditador
se os chinelos do ditador falassem...
14 de maio de 2011
21 de abril de 2011
14 de março de 2011
The Simpsons quote
- HOMER, YOUR BUTTCRACK JUST GAVE ME A BRILLIANT IDEA!!
- Yeah, it will do that...
11 de março de 2011
O cheiro a erva e a ervas aromáticas e a erva cortada e pisada e desfeita; roubar folhas à cidreira, hortelã, eucalipto, esfregar nas mãos e cheirar manjericos; tapar destapar tapar destapar abrir a janela cheirar erva e ervas; temperatura corporal da noite, bafo quente, o sol a queimar atrás do horizonte
- Olha o mar a ferver, os peixes vão cozer (nunca gostei de peixe cozido)
e as sardinhas a entrarem em gás pelas narinas, o cheiro nauseabundo do peixe cru a misturar-se com o alho, o fumo das brasas, a gordura a pingar e as brasas icendeiam-se (o sol a queimar atrás do horizonte e o mar a ferver
- Olha o mar (e eu que nunca gostei de peixe cozido)
e dores nos pés distraídas entre dois goles de cerveja fria, gelada, dores de garganta, o cérebro a congelar (e os peixes a cozer ainda), a delirar com luzes e gambiarras de parede a parede na rua e fogos-fátuos artificiais a explodir no céu e o cheiro do fumo a misturar com o cheiro das brasas, a pólvora e o carvão (não fora a alegria e isto era o inferno)
- O inferno são os outros,
e aqui há tantos outros tantos, o chão perdeu-se, os pés perderam o chão e o corpo flutua e segue o caminho da multidão, a ponte desencaixa-se dos pilares e balança perigosamente, passo controlado na ponte que o rio passa em baixo e só pára no mar e no mar estão os peixes
- Os peixes vão cozer
e eu nunca gostei de peixe cozido; seguir caminho e acabar na areia ao fim da noite, aliás início de dia, aliás fim de noite, já nem se sabe, e os peixes afinal ainda vivos e só um na areia e duas gaivotas a baterem-se furiosamente pelos restos do peixe (uma sardinha?) e lavar a noite no sal e na água e voltar para casa, dormir o resto do dia para acordar a pensar se aconteceu ou se foi sonho e deve ter sido sonho mas eu ainda cheiro a fumo
(- O inferno?, são os outros)
aconteceu de certeza que as minhas mãos ainda cheiram a cidreira, hortelã, eucalipto e manjerico.
Ontem cheirou-me a Verão.
- Olha o mar a ferver, os peixes vão cozer (nunca gostei de peixe cozido)
e as sardinhas a entrarem em gás pelas narinas, o cheiro nauseabundo do peixe cru a misturar-se com o alho, o fumo das brasas, a gordura a pingar e as brasas icendeiam-se (o sol a queimar atrás do horizonte e o mar a ferver
- Olha o mar (e eu que nunca gostei de peixe cozido)
e dores nos pés distraídas entre dois goles de cerveja fria, gelada, dores de garganta, o cérebro a congelar (e os peixes a cozer ainda), a delirar com luzes e gambiarras de parede a parede na rua e fogos-fátuos artificiais a explodir no céu e o cheiro do fumo a misturar com o cheiro das brasas, a pólvora e o carvão (não fora a alegria e isto era o inferno)
- O inferno são os outros,
e aqui há tantos outros tantos, o chão perdeu-se, os pés perderam o chão e o corpo flutua e segue o caminho da multidão, a ponte desencaixa-se dos pilares e balança perigosamente, passo controlado na ponte que o rio passa em baixo e só pára no mar e no mar estão os peixes
- Os peixes vão cozer
e eu nunca gostei de peixe cozido; seguir caminho e acabar na areia ao fim da noite, aliás início de dia, aliás fim de noite, já nem se sabe, e os peixes afinal ainda vivos e só um na areia e duas gaivotas a baterem-se furiosamente pelos restos do peixe (uma sardinha?) e lavar a noite no sal e na água e voltar para casa, dormir o resto do dia para acordar a pensar se aconteceu ou se foi sonho e deve ter sido sonho mas eu ainda cheiro a fumo
(- O inferno?, são os outros)
aconteceu de certeza que as minhas mãos ainda cheiram a cidreira, hortelã, eucalipto e manjerico.
Ontem cheirou-me a Verão.
7 de dezembro de 2010
21 de novembro de 2010
30 de outubro de 2010
11 de outubro de 2010
Guerreiros caídos do céu a marchar na janela, a sobrevivência das que avançam sobre as que ficam, faço corridas e apostas e ganho sempre; milhares de tambores a rufar estilhaçando o vidro e o vento nas árvores a marchar a compasso de metrónemo desregulado. Sim, sobretudo o vento nas árvores a arrancar os pardais e os melros dos ninhos; empurrá-los de norte para sul com a espuma das ondas e a revolução da areia, as gaivotas abrigadas nos montes de algas - olhem o que o mar traz à costa, o que o mar cria o mar dá e o mar tira, porque ao mar pertence para pôr e dispôr. Desculpa Pessoa, mas hoje o céu espelhou o mar.
13 de setembro de 2010
Laranja verde azul violeta mais que violeta ultravioleta e prata, um só granito de prata ao lado de um olho do islão proclamado no céu. Laranja ao mar em chamas, vermelho nada amarelo de areia branco de espuma verde de algas e lapas nas rochas. Verde na mudança ao azul que junta a prata ao crescente de prata, violeta para lá disso para cima e para trás, ultravioleta onde a noite já desceu. Um risco de fumo branco, ave de metal a criá-lo (as pessoas a serem engolidas uma a uma pelo próprio pé, acomodando-se no assento sem espaço para as pernas). Adeus e até amanhã.
26 de agosto de 2010
16 de agosto de 2010
Hoje trovoada porque hoje céu de chumbo por cima das pombas gaivotas melros (corvo ocasional) gás de água roxo-cinzento por baixo das estrelas e dos planetas. Coisa estranha as estrelas, passado só, luz mais velha que a primeira gota do nosso sangue. Hoje trovoada à frente do ocaso solar, bola de fogo, que vapor aquele por trás do horizonte, o sol a apagar-se no mar?, e afinal não, é o fumo de milhares de fósforos queimando milhares de flores secas murchas. Como os ossos da velha do terceiro esquerdo,
- Quem é?
e vai daí que ninguém é, ninguém foi, ou antes, alguém há-de ter ido, onde desconheço, alguém há-de ter ido mas ninguém há-de ter sido na porta, a tinta a estalar nas portadas fechadas desde sempre e a madeira a estalar inchada de calor e água, e os ossos a estalarem e a velha do terceiro esquerdo a ouvir os ossos mais alto porque dela os ossos e a julgar nós de dedos na porta, de maneira que
- Quem é?
e ninguém é, só a trovoada de hoje.
- Quem é?
e vai daí que ninguém é, ninguém foi, ou antes, alguém há-de ter ido, onde desconheço, alguém há-de ter ido mas ninguém há-de ter sido na porta, a tinta a estalar nas portadas fechadas desde sempre e a madeira a estalar inchada de calor e água, e os ossos a estalarem e a velha do terceiro esquerdo a ouvir os ossos mais alto porque dela os ossos e a julgar nós de dedos na porta, de maneira que
- Quem é?
e ninguém é, só a trovoada de hoje.
11 de agosto de 2010
12 de julho de 2010
6 de julho de 2010
3 de julho de 2010
19 de junho de 2010
16 de junho de 2010
1 de junho de 2010
14 de maio de 2010
mão mexer *colocar em cima do rato* arrastar *para baixo* pressionar *indicador* iniciar arrastar encerrar *pressionar indicador* arrastar *cadeira* levantar rodar andar *pé direito pé esquerdo pé direito pé esquerdo* descer escadas *um dois um dois um dois* erguer *braço direito* agarrar *maçaneta com a mão direita* pressionar *para baixo* puxar sair puxar *esperar pelo estrondo* confirmar estrondo andar *pé direito pé esquerdo pé direito pé esquerdo* visualizar destino *ponte* visualizar acontecimento *corpo a cair da ponte* visualizar consequência *morte* visualizar variantes *afogamento doloroso instantânea* analisar *pensar pensar pensar* rodar *meia volta* andar *pé direito pé esquerdo pé direito pé esquerdo* entrar *bar* escolher *lugar* sentar pedir *gin* pedir *gin* pedir *gin* pedir *gin* pedir *gin* colapsar *chão* sentir *dor* avaliar *gozo* avaliar *prazer* avaliar *bom* conclusão *repetir*
9 de maio de 2010
We're not firestarters. We just like to light candles. It is not our fault there's always gasoline on the floor. We're not murderers. We just like to pull triggers. It is not our fault there's always someone standing on the way of the bullet. We're not stabbers. We just like to walk around with knifes in our hands. It is not our fault there's alway someone running into us. We're not violent. We just like to punch and kick the air. It's not our fault there's always someone in front of us. We're not destroyers. We just like to blow up bombs. It's not our fault there's always a building on top of them. We're not home wreckers. We just like to have sex. It's not our fault the other person is always married. We're not drunks. We just like to drink what's inside glasses and bottles. It is not our fault it is always something with alcohol. We're not to blame. We just like doing what we like to do. It is not our fault there's always someone or something who's against it.
28 de abril de 2010
I feel you, leaning, out back with the crickets, loyal heart marking the soon-ness, darkness: tonight, still, the mourning doveswill summon us their song of love's neverdoneing lawlessness while, over and over - rear up! stand down! lay round! - trying to sound-out, or guess the reasons, I sleep like a soldier, without rest. But there is no treason,where there is only lawlessness.
26 de abril de 2010
24 de abril de 2010
20 de abril de 2010
19 de abril de 2010
18 de abril de 2010
15 de abril de 2010
11 de abril de 2010
9 de abril de 2010
The Simpsons' Quote
"You think we're too pushy? Try Syria for two months, then you'll see who's pushy!!"
6 de abril de 2010
4 de abril de 2010
Não porque não porque não porque não porque não. Somos sensações em amarelo, somos sopros em azul, somos vertigens em vermelho, somos fusões espectrais de luz não refractada espelhada para todos e de todos espelhada. Somos sabão, somos cola, somos água, somos mola e alavanca, roldana e equilíbrio, corda e vela e vento. Não porque não porque não porque não porque não. Somos mentes fechadas com largos horizontes e horizontes horizontais num panorama de declínios verticais interminavelmente infinitos. Somos mentes abertas com vistas curtas e vistas entrevistas entre olhares e relances e olhos raiados e dilatados e drogados e relaxados. NÓS NÃO ESTAMOS MORTOS, ESTAMOS EM STANDBY. Somos frigoríficos a arder, somos fornos congelados, somos cerveja morna em copo rachado, somos champagne francês em flute de baccarat. Não porque não porque não porque não porque não. Somos tubos e canos e cimento e tijolos e furacões. Autodestrutivos. Somos aventureiros medrosos, somos fracos com sangue nas guelras, tias apitalhadas com pêlo na venta, vendedeiras com boas maneiras. Somos o que acreditamos e só acreditamos em nós e somos tudo e somos nada, e mar e deserto e céu e nada e lua e nada. E terra. Ah, e claro ópio. E religião. Somos o futuro do nosso presente, somos o passado do nosso futuro, somos o presente do nosso passado e nunca isso há-de mudar. Somos crentes e velhas sem dentes. Somos infiéis e andamos desorientados, aos papéis! Somos interrogações? Somos exclamações! Somos afirmações. Pouco firmes, mal gritadas a plenos pulmões, mal ecoadas, mal escoadas, mal coadas, mal filtradas, mal puxadas, somos a pica do cigarro e a espuma da jolinha, somos o solo de guitarra e a bola de espelhos, somos uma noite a pé, somos uma noite sem pés nem cabeça, somos uma noite a dançar, a beber, a fumar, a comer, a fornicar e a foder. Somos uma geração inteira, mas cada vez mais indivíduos isolados em nós. Não porque não porque não porque não porque não. Somos responsáveis pelo que não fizemos, pelo que não fazemos. Somos ignorados com razão, sem razão, tendo razão. Somos chamados à atenção por termos razão. Somos o que somos e somos o que fazem de nós. Somos o que nos pedem, somos o que queremos. Somos tudo e nada e princípio e fim. Somos deuses e heróis, mitos, lendas, brumas e sebastiões. Somos o olimpo do ocidente, o último imperador do oriente. Não porque não porque não porque não porque não. Somos um alfabeto inteiro resumido em nove algarismos, somos cores e flores. Somos componentes e mecanismos, zoom e lente e vidro e cristal. Somos amigos e amigados, traidores e traídos, cafés. Somos linhas rectas e ângulos, luz sobretudo. Somos nitrato de prata e prata.
3 de abril de 2010
28 de março de 2010
Já nem sei sequer se quero saber
Se tu vens ou se ficas para morrer
Pelos dois para depois vires dizer
Como é a sensação de te sentires a ficar
Como é a sensação de ficares para trás
E aqui já jaz o que já foi de nós
E aqui já jaz o que resta de nós
E aqui já jaz o que fica para o fim
E aqui já jaz o que é de ti sem mim
E é nesta calma que te ouço
E é nesta calma que te posso
E é nesta calma que te vejo
E é nesta cama que te beijo
Já nem sei sequer se quero saber
Se não vou ou se fico para viver
Pelos dois para depois te vir dizer
Como é a sensação da liberdade
Como é a sensação da humanidade
Em nós, em mim, em ti sem mim
Em nós, em ti, em mim sem ti
E é nesta calma que te ouço
E é nesta calma que te posso
E é nesta calma que te vejo
E é nesta cama que te beijo
Em nós, em ti, em mim sem ti
Em nós, em ti, em mim sem ti
25 de março de 2010
o ditador, o ditador, o ditador, o ditador, o ditador, o ditador, o ditador, o ditador, o ditador, o ditador, o ditador, o ditador, o ditador, o ditador, o ditador, o ditador, o ditador, o ditador, o ditador, o ditador, o ditador, o ditador, o ditador, o ditador, o ditador, o ditador, o ditador, o ditador, o ditador, o ditador, o ditador, o ditador, o ditador, o ditador, o ditador, o ditador, o ditador, o ditador, o ditador, o ditador, o ditador, o ditador, o ditador, o ditador, o ditador, o ditador, o ditador, o ditador, o ditador, o ditador, o ditador, o ditador, o ditador, o ditador, o ditador, o ditador, o ditador, o ditador, o ditador, o ditador, o ditador, o ditador, o ditador, o ditador, o ditador, o ditador, o ditador, o ditador, o ditador, o ditador, o ditador, o ditador, o ditador, o ditador, o ditador, o ditador, o ditador, o ditador, o ditador, o ditador, o ditador, o ditador, o ditador, o ditador, o ditador, o ditador, o ditador, o ditador, o ditador, o ditador, o ditador não está.
23 de março de 2010
16 de março de 2010
14 de março de 2010
12 de março de 2010
5 de março de 2010
O ditador hoje voltou a sonhar, e no sonho andava à roda roda, de túnica branca, numa sala branca com a tinta a cair com janelas e luz branca a passar por elas e andava à roda, e o tecto era branco e vermelho, com salpicos vermelhos. E o ditador andava à roda, e a túnica insuflava e criava um tornado e a tinta das paredes começou a voar e a colar-se às paredes e o vermelho do tecto começou a cair num voo dinâmico e a aglomerar-se num corpo e o ditador rodava, a cabeça caída para o lado os braços abertos e estendidos para o lado e girava, girava, girava e criava um tornado ao girar. E o tempo voltava para trás e a sala cheirava a novo e o sangue criava um circuito continuo que começava e acabava num só ponto do espaço limitado pelo infinito da luz da sala e trocava de vasos para veias para artérias para veias para vasos nesse ponto e nesse ponto pulsava e subia e descia pelo corpo todo e o corpo de sangue e o ditador giravam. E dançavam. E o corpo e o ditador começaram a dançar e valsavam a mais pura das valsas e selaram a valsa num beijo de sangue e saliva e suor e loucura e o ditador estava agora nu num vácuo negro como o outro lado do universo. E ao fundo estrelas, não, pontos brancos luzidios, não pontos brancos baços, não estruturas brancas amareladas, não ossos, não esqueletos, esqueletos inteiros, esqueletos às partes, partes de esqueletos e partes inteiras de esqueletos e esqueletos inteiramente às partes e o ditador girava girava e girava e continuava a criar o tornado. E os esqueletos foram engolidos pelo tornado e giravam à roda do ditador numa dança frenética tribal e o ditador era o único ponto de luz. E os ossos estalavam. E ao estalar criavam um ritmo tétrico e canibal, e batiam os dentes. E o ditador começou a cair e a cair e a cair e caía no negro e o sempre a rodar caía. E ganhou velocidade. E caía, caía, caía. E parou na água, mas não era água, era frio como água do mar do norte, e doce como água de nascente, mas negro como o vácuo. E o ditador parou aí caído, sobre a ilharga, caído, de lado, caído, nu, caído. E o líquido negro começou a absorvê-lo e queimava, o frio queimava e havia espinhos que rasgavam a pele e a carne e o sangue saía e jorrava e caía numa tela branca, mas não era uma tela branca, era chão, mas não era chão. E a imagem rodou, e o ditador emergia do chão branco e o sangue subia em salpicos para o que afinal era o tecto branco da sala branca e a tinta branca do chão cobria o ditador com uma túnica imaculada que não se tingia com o sangue, e o ditador ficava cada vez mais pálido. E o ditador levantou-se e começou a andar à roda. Numa sala branca com a tinta a cair com janelas e luz branca a passar por elas e andava à roda, e o tecto era branco e vermelho, com salpicos vermelhos.
2 de março de 2010
28 de fevereiro de 2010
27 de fevereiro de 2010
24 de fevereiro de 2010
21 de fevereiro de 2010
19 de fevereiro de 2010
You Can Call Me Al, Paul Simon
A man walks down the street
He says: why am I soft in the middle now?
Why am I soft in the middle?
The rest of my life is so hard!
I need a photo-opportunity,
I want a shot at redemption!
Don't want to end up a cartoon,
In a cartoon graveyard.
Bonedigger, Bonedigger,
Dogs in the moonlight.
Far away, my well-lit door.
Mr. Beerbelly, Beerbelly,
Get these mutts away from me!
You know, I don't find this stuff amusing anymore.
If you'll be my bodyguard,
I can be your long lost pal!
I can call you Betty,
And Betty, when you call me,
You can call me Al!
A man walks down the street,
He says: why am I short of attention?
Got a short little span of attention,
And whoa, my nights are so long!
Where's my wife and family?
What if I die here?
Who'll be my role-model?
Now that my role-model is
Gone, gone!
He ducked back down the alley,
With some roly-poly, little bat-faced girl.
All along, along
There were incidents and accidents,
There were hints and allegations.
If you'll be my bodyguard,
I can be your long lost pal
!I can call you Betty,
And Betty, when you call me,
You can call me Al!
Call me Al.
A man walks down the street,
It's a street in a strange world.
Maybe it's the Third World.
Maybe it's his first time around.
He doesn't speak the language,
He holds no currency.
He is a foreign man,
He is surrounded by the sound, sound.
Cattle in the marketplace.
Scatterlings and orphanages.
He looks around, around.
He sees angels in the architecture,
Spinning in infinity,
He says: Amen! and Hallelujah!
If you'll be my bodyguard,
I can be your long lost pal!
I can call you Betty,
And Betty, when you call me,
You can call me Al!
You can call me Al.
18 de fevereiro de 2010
14 de fevereiro de 2010
7 de fevereiro de 2010
4 de fevereiro de 2010
3 de fevereiro de 2010
31 de janeiro de 2010
"O ditador em nada acredita e acredita no nada. A existência parece-lhe inconcebível quando se dispõe a isso. O vácuo é possível, não custa imaginar o nada, porque não se pode imaginar, porque imaginar implica conceber e conceber implica existir. O ditador acredita no nada elevado à sua máxima potência, a inexistência do nada."
Depois do ler isto o ditador riu-se desdenhosamente, que direito tinha aquele gajo de considerar fosse o que fosse sobre as suas crenças, decidiu dar-lhe um tronozinho simpático tipo o Perú para lhe agradecer a divulgação da obra nacional e depois explodir com o sítio. Fechou o livro, atirou-o pela janela, para o auto-de-fé que ardia no pátio e apagou a luz. Pegou na garrafa de vodka e bebeu até adormecer.
29 de janeiro de 2010
28 de janeiro de 2010
25 de janeiro de 2010
21 de janeiro de 2010
20 de janeiro de 2010
18 de janeiro de 2010
O ditador hoje saiu à rua depois do almoço, e levantando os braços ao céu e às nuvens cinzentas que lhe caiam em cima gritou e ordenou que parasse a chuva e a chuva não lhe obedeceu. E o ditador gritou e ordenou de braços ao alto que a chuva o ouvisse, que ouvisse a sua voz e a sua voz elevou-se dizendo que parasse a chuva e chuva não lhe obedeceu. E o ditador tentou mais sete vezes que a chuva parasse e à oitava já se ajoelhava num transe louco de raiva pela desobediência da chuva perante a sua omnipotência e berrou até a boca lhe saber a sangue e chorou e gemeu e arrancou a roupa e rasgou a pele e ordenou que a chuva parasse e a chuva amainou mas não parou. E o ditador em desespero louco e raivoso mordia o ar e ladrava e uivava e berrava ordens e palavras inexistentes a não ser naquele momento e ordenou que a chuva parasse. E à segunda hora de êxtase a chuva parou. E o ditador levantou-se, calmo, devagar, e vestiu a roupa rasgada e, contente porque a sua omnipotência tinha sido comprovada, foi-se embebedar.
дождь
17 de janeiro de 2010
16 de janeiro de 2010
Hoje o ditador acordou a meio da noite e teve um acesso pirómano. Levantou-se, cego pela tontura lunática, e cambaleou até à secretária e pegou no isqueiro, e guardando o isqueiro na mão foi cambaleando à cozinha buscar o candeeiro de petróleo e abriu o candeeiro e vazou o petróleo para uma garrafa e na garrafa abriu um buraco. E foi para a rua. E na rua pegou na garrafa esburacada com o petróleo e petróleo jorrava da garrafa esburacada e deixava um desenho na neve de ontem e regou um carro com o petróleo e acendeu o isqueiro. E contemplou a chama louca e brilhante, louco e cambaleante. E arrastou-se para longe do carro e deixou um rasto de petróleo e deixou cair o isqueiro e esperou. Um segundo. E a chama minúscula do isqueiro era agora maior e consumia o rasto de petróleo e corria veloz. Um segundo. E o rasto veloz de petróleo era agora maior e consumia o carro numa bola de fogo. Dois segundos. E a bola maior de fogo era agora uma explosão e da explosão saltaram restos de metal e o metal ardia e nunca metal ardeu assim. E o metal caiu na neve e abriu buracos na neve e ardia. E o fumo negro manchava a luz amarela do candeeiro de rua e a fuligem negra manchava a mancha branca da neve do chão. E o ditador, cambaleante, sentou-se, e louco ficou a contemplar, louco, a dança frenética das chamas e do metal e do fumo.
пожар
пожар
14 de janeiro de 2010
13 de janeiro de 2010
11 de janeiro de 2010
O ditador hoje sente-se só. Saiu à varanda e viu que toda a praça se vergava a seus pés e para lá do rio e do fim da cidade e das fronteiras do país e dos mares-oceanos, todos se vergaram a seus pés e o ditador sentiu-se só porque não vê os olhos de quem quer que seja há tanto tempo... O ditador fechou os olhos e deixou-se cair e aterrou na neve e a neve derreteu e as pedras ficaram vermelhas e a roupa do ditador ficou vermelha e o ditador fica tão bem de vermelho que parecia estar a dormir. E então o ditador acordou e sentiu-se melancólico e saiu à varanda e olhou as pessoas por baixo dos seus pés...
сумасшествие
10 de janeiro de 2010
conselho nº dois
Exprime-te sempre com o mínimo de palavras possível.
Inventa se preciso.
Trunca.
Ou então, não fales.
Inventa se preciso.
Trunca.
Ou então, não fales.
9 de janeiro de 2010
7 de janeiro de 2010
6 de janeiro de 2010
5 de janeiro de 2010
4 de janeiro de 2010
O ditador hoje reuniu o governo inteiro: ele e a sua pessoa, juntamente com todas sub-criaturas sub-humanas que dele(s) derivam. E decidiu, que primeiro mata a religião - o que o lembrou de ir comprar ópio. (A primeira pedrada do dia).
Depois decidiu que vai inventar a religião. O ditador pode fazer o que quiser. O ditador é deus (o ditador só acredita parcialmente em Nietzsche), mas deus revisitado: o novo deus. O vosso deus, único e múltiplo.
Depois decidiu que vai inventar a religião. O ditador pode fazer o que quiser. O ditador é deus (o ditador só acredita parcialmente em Nietzsche), mas deus revisitado: o novo deus. O vosso deus, único e múltiplo.
PAKAH БOR
apoteose do ego
Eu sei que o centro do universo está onde estou
Eu posso fazer o que quiser
Eu quero fazer o quiser
Eu não preciso de fazer o quiser, mas eu quero fazê-lo na mesma
Eu preciso de tudo o que não me faz diferença nenhuma
Eu exijo que me satisfaçam
Eu sou mais eu que os outros são eles mesmos
Eu não caibo em mim de tanto ser eu
Eu vivo dos outros
Eu parasito
Eu tenho ciúmes de mim por me conhecer melhor que eu
Eu tenho ciúmes dos outros porque me podem ver
Eu vejo que os outros me querem ver
Eu sinto-me superior
Eu supero os outros
Eu inferiorizo os outros
Eu quero que te vás matar
Eu quero-te matar por não seres eu
Eu mereço existir
Eu existo para ser eu
Eu sei que tudo existe para mim
Eu posso fazer o que quiser
Eu quero fazer o quiser
Eu não preciso de fazer o quiser, mas eu quero fazê-lo na mesma
Eu preciso de tudo o que não me faz diferença nenhuma
Eu exijo que me satisfaçam
Eu sou mais eu que os outros são eles mesmos
Eu não caibo em mim de tanto ser eu
Eu vivo dos outros
Eu parasito
Eu tenho ciúmes de mim por me conhecer melhor que eu
Eu tenho ciúmes dos outros porque me podem ver
Eu vejo que os outros me querem ver
Eu sinto-me superior
Eu supero os outros
Eu inferiorizo os outros
Eu quero que te vás matar
Eu quero-te matar por não seres eu
Eu mereço existir
Eu existo para ser eu
Eu sei que tudo existe para mim
Eu não tenho a certeza.
confissão nº dois
a maior parte das vezes não faço ideia do significado das coisas que digo.
estado mental: sub-humano; optofóbico; demente.
3 de janeiro de 2010
2 de janeiro de 2010
this is not a love letter
Em todas as tentativas de seres secante, mal conseguiste ser tangente.
E bem sabes como eu odeio segmentos de recta.
confissão nº um
se ao menos as minhas pálpebras sintonizassem o vh1 de cada vez que fecho os olhos...
felixismo
"A félix extravassa o conceito unipessoal para abarcar um universo plural num único indivíduo - a félix ela própria."
In "O Novo Caderno Vermelho - Princípios, Axiomas e Conceitos Gerais e Aprofundados da Teoria Política Felixista"
In "O Novo Caderno Vermelho - Princípios, Axiomas e Conceitos Gerais e Aprofundados da Teoria Política Felixista"
a problemática do idiota
Ainda assim, não sei o que é pior. A idiotia (inexplicável em si, como constatámos), se couves cozidas. Inclino-me para as couves, que os idiotas acabam por morrer.
Sim. Definitivamente as couves.
sabe-se lá se lá se chega
Toda a gente sabe que a inutilidade é confortável, porque não tem exigência nenhuma para lá de nada fazer ou ser. O inútil simplesmente está e vai continuar a estar porque sabe bem.
E logo, tu, que consegues ser tão inútil, estás a salvo. Por enquanto.
E logo, tu, que consegues ser tão inútil, estás a salvo. Por enquanto.